Prêmio Multishow e a falta de inovação

Assisti dias atrás ao Prêmio Multishow 2014 e reparei nas premiações e em seus indicados, com vencedores como Luan Santana, Thiaguinho (artista da casa) e afins, comprovando a nova vocação do canal, que busca ser popular, atingindo o gosto do chamado “povão”, inclusive nos shows que rolaram na premiação, homenageando os anos 90. Exceção feita à banda Panamericana, que fez uma versão competente de Meninos e Meninas da Legião Urbana, e ao B Negão tocando Funk Até o Caroço (se você não conhece, vá procurar imediatamente, pois é funk antigo do bom, pra ouvir no volume máximo). Foram shows medianos, apesar das reuniões feitas por estilos: rock, pagode, funk, rap, mas com pouca inspiração e com artistas errando a letra das músicas que me deixaram com vergonha alheia, especialmente na homenagem aos Mamonas Assassinas.

Prêmios como esse e o finado VMB perderam totalmente o ar de novidade, de arriscar para conquistar, de fazer o público pensar. Os apresentadores, com a fórmula humorista + repórter/celebridade já se mostra um porto seguro para segurar a audiência durante a premiação. Mas o mais triste é a falta de inovação musical, seja apresentando bandas novas ao vivo ou com artistas consagrados saindo de sua zona de conforto, apresentando músicas novas. Nas premiações do final dos anos 90 e durante a primeira década de 2000 a MTV pedia para as bandas que, ao invés de tocarem seu sua “música de trabalho” atual, tocassem seu próximo single fazendo com isso um pré-lançamento. Isso trazia frescor às apresentações e causava certo desconforto na plateia, que esperava para ver seu artista favorito, mas ele tocava uma música que poucos ouviram. Lembro com carinho de ver O Rappa tocando O Que Sobrou do Céu, Nando Reis tocando Tão Diferente e os Racionais MC’s tocando Capítuo 4, Versículo 3.

As perguntas que ficam são: falta qualidade musical para inovar? É medo de fazer a plateia pensar para digerir a novidade? Ou a gravadora não permite mais novidades, tem que tocar a famosa “música de trabalho” e massificar? Não sei, para mim, um pouco de cada, o que me deixa cada vez mais triste.  Aguardemos as próximas premiações e se o mais do mesmo continuará dominando.

2 comentários sobre “Prêmio Multishow e a falta de inovação

  1. Ou talvez as pessoas simplesmente tenham parado de pensar. Perder tempo demais procurando o que há de novo, tempo demais com conversas sem conteúdo, tempo demais nos celulares e musicalmente estão cada vez mais burras! Os artistas também não proporcionam desafios… Falta interesse!

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